4 de mar. de 2010


Cacos que se pegam pra subir jornadas altas..
ásperos e contínuos na subida íngrime ..
doloroso e necessário esmurrar de carne..
Cacos que se desprendem das paredes á medida que subo..
Eles caem ao chão..olhem..são muletas que não posso mais usar..
Pedaços que me machucavam e eu simplesmente os deixava ficar..
deixava ficar..ficando..nem sentía mais que era pesado..
me formava apêndices de jugos desnecessários..
Com sabores onde apreciava..mas não me acrescentava..me subtraía..
Cacos dolorosos que ainda em mim pedem e aclamam..
Mas os desprendo, pois não veio a mim ser meio termo
Olhando o tempo..o meu tempo..enquanto ele ainda olha pra mim..
O tempo passa rápido, quando não olhamos para ele..

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